Ainda que tenha vindo ao país quando já tinha quase 30 anos de idade, o suíço John Louis Graz tornou-se uma das figuras importantes do modernismo brasileiro. No país natal cursou arquitetura, decoração e desenho na Escola de Belas Artes de Genebra, entre 1908 e 1911. Logo tornou-se discípulo de Edouard Ravel, com quem aprendeu diferentes técnicas e estilos, e em seguida estudou decoração, design e publicidade na Escola de Belas Artes de Munique, entre 1911 e 1913.
Entre suas amizades cultivadas no período em que esteve na Escola de Belas Artes estavam os irmãos Antonio e Regina Gomide, com quem ele acabaria se casando, fato que o incentivou a morar no Brasil a partir de 1920. Em São Paulo, o casal torna-se amigo dos intelectuais e artistas da cidade através de Oswald de Andrade.
Os contatos acabam levando Graz a participar da Semana de Arte Moderna de 1922, onde expõe sete de suas obras. No ano de 1923 atua com decoração de residências e projeta design para móveis, criando diversos vitrais e afrescos, além de peças como portas, luminárias e tapetes. Ao lado dos irmãos Gomide, tornou-se um dos introdutores do estilo art déco em São Paulo.
Com um currículo extenso em diferentes áreas, Graz realizou trabalhos como pintor, desenhista, gravador, escultor, designer, artista gráfico e arquiteto de interiores.
O artista foi um dos nomes mais inovadores a trabalhar com decoração de ambientes no Brasil do século 20, projetando móveis de maneira que se integrassem com outros elementos do ambiente e prevendo sua distribuição física no espaço.
Suas telas em geral podem ser relacionadas a um figurativismo narrativo, embora ele também tenha se aventurado pelo abstracionismo. Cenas do cotidiano são bastante comuns, com festividades populares, feiras de rua e multidões urbanas marcando presença constante.